3 de dezembro de 2013

1900's - A Belle Époque & o Art Nouveau


     
Livro Scènes de la vie de Bohème
por Henri Murger
A Belle Époque foi um período na história da França que começou no fim do século XIX e durou até a 
Primeira Guerra Mundial. Ela foi considerada uma era de ouro da beleza, inovação e paz entre a França e seus vizinhos europeus. Novas invenções tornavam a vida mais fácil em todos os níveis sociais, e a cena cultural estava em efervescência: cabarés, o can-can, e o cinema haviam nascido. Enquanto a arte e a inovação floresciam, esta época também viu a ascensão de militantes da classe trabalhadora (proletários) e movimentos socialistas organizados. Estes conflitos, assim como vários escândalos políticos, começaram a polarizar o país entre a "Esquerda" e a "Direita". Apesar disso, este período é lembrado na França como uma era dourada do passado que terminou bruscamente com o início da Primeira Guerra Mundial. Também é a expressão que designa o clima intelectual e artístico do período que vai aproximadamente de 1880 até o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918. Foi uma época marcada por profundas transformações culturais que se traduziram em novos modos de pensar e viver o cotidiano. Inovações tecnológicas como o telefone, o telégrafo sem fio, o cinema, a bicicleta, o automóvel, o avião, inspiravam novas percepções da realidade. Com seus cafés-concertos, balés, operetas, livrarias, teatros, boulevards e alta costura, Paris, a Cidade Luz, era considerada o centro produtor e exportador da cultura mundial. A cultura boêmia imortalizada nas páginas do romance de Henri Murger, Scènes de la vie de bohème (1848), era um referencial de vida para os intelectuais brasileiros, leitores ávidos de Baudelaire, Rimbaud, Verlaine, Zola, Anatole France e Balzac. Ir a Paris ao menos uma vez por ano era quase uma obrigação entre as elites, pois garantia o vínculo com a atualidade do mundo. A arte tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau. A arte e a arquitetura inspiradas no estilo dessa era, em outras nações, são chamadas algumas vezes de estilo "Belle Époque".




Página de rosto do livro de

Mackmurdo de 1883, 

defendendo as igrejas 

de Wren
      O Art Noveau ou Arte Nova foi um movimento estético que caracterizou o final do século XIX e que ficou conhecido, sobretudo, pelo seu caráter decorativo. O seu termo veio da loja do comerciante Samuel Bing, aberta em Paris em 1895. Mas o Estilo é anterior. As origens da Art Nouveau estão no período de 1883-1888. Sua primeira manifestação concreta se deu na Inglaterra em 1883 com Arthur H. Mackmurdo, um rico e jovem arquiteto e designer, que escreveu um livro sobre as Igrejas de Sir Christopher Wren na cidade de londres dando uma página de rosto totalmente Art Nouveau. Esse estilo buscou sua inspiração quase exclusivamente na natureza, interpretando-a na sua essência e observando sua estrutura. No Arte Nouveau é fato dizer que linhas ondulares, assimétricas e entrelaçadas são características muito presentes em sua ornamentação. Dificilmente veremos outro estilo com características tão musicais e de tão extrema preocupação com o aspecto decorativo da obra. Por essa preocupação é que o movimento acaba tendo muitos trabalhos na área do design de interiores e objetos, por isso é um dos principais precursores do design moderno.

ARTES GRÁFICAS

Troupe de Mlle de Henri de toulouse-lautrec (Cartaz de 1896)
A maior contribuição o Art Nouveau para o design moderno foi a possibilidade da liberdade de formas e cores, dando inicio ao processo de criação que conhecemos hoje por cartazes de criação publicitária. Isso começou no final do século XIX com a utilização da litografia em cores que consistia no desenvolvimento da arte na pedra, que posterior mente era produzida no papel. Essa forma de produção permitiu que a arte impressa em cartaz fosse bastante difundida entre bordeis, teatros e casas de espetáculos.





ARQUITETURA

Na Bélgica, principalmente na cidade de Bruxelas, o Art Nouveau foi desenvolvido por Vitctor Horta e mais
alguns arquitetos como Henry Van de Velde. Era uma nova atitude em relação a decoração de interiores e um estilo próprio em arquitetura onde era dado ênfase à estrutura simbólica e abstrata. O ritmo orgânico e linear envolve uma construção, mostrando uma união de ornato e estrutura (a linha arquitetural e a decoração se fundem e reforçam) , juntamente com a utilização de novos materiais como o ferro e o vidro. A Art Nouveau adorava a leveza, a sutileza, a transparência e, naturalmente, a sinuosidade. O ferro significava peças finas e ductilidade; ferro e vidro utilizados em exteriores produziam a mesma transparência que era obtida em interiores com ferro.

Henry Van de Velde Bloemenwerf House Bruxelas (1895-1896)

MODA

No vestuário, o começo do século XX se destacou pelo “frou-frou eduardiano”. A ostentação estava em voga e as penas, rendas, perolas (verdadeiras ounão), babados, plissados, lantejoulas, pitados, rufos e muitos outros era inseridos no traje em efusão. O espartilho era muito apertado e forçava o corpo das mulheres para o famoso formato S e os tons claros eram os mais usados. A Maison Worth em Paris era a mais pretigiada nesta época e seu estilo, extravagante e vistoso, impunha moda. Mas isto tudo começa a mudar simultaneamente com o aparecimento das primeiras pinturas Fauvistas e com a representação do Balé Imperial Russo da peça Cléopatre. O bom gosto começou a mudar; o oriente passou a chamar a atenção dos europeus, tão entediados com a Europa. Este ambiente tornou propicio a ascensão do filho de um simples fabricante de guarda-chuvas chamado Paul Poiret. Abrindo sua própria Manson em 1903, Poiret projetou seu nome com um modelo de casaco-kimono muito controverso a moda daquela
época. Em 1906, Poiret inovou afrouxando a silhueta formal da mulher, o espartilho, que dava a famosa forma de "S", liberando muito mais o corpo feminino. Contudo, o espartilho foi abolido em 1910 pelas autoridades de saúde, tendo sido substituído por cintas elásticas. O estilo de roupas retas e simples de Poiret se constitui numa influência decisiva para a moda no século XX, que será marcada por uma tendência generalizada à simplificação. No século XX, a moda deixa de ser encarada como uma atividade frívola. A moda se democratiza e se torna ao alcance de todos, por causa da industrialização de roupas em grande escala, e, principalmente, devido à difusão feita pelos meios de comunicação em massa.






ART NOUVEAU NO BRASIL

No Brasil, observam-se leituras e apropriações de aspectos do estilo Art Nouveau na arquitetura e na pintura decorativa. Em sontonia com o boom do ciclo da borracha, entre 1850/1910, as cidades de Belém e Manaus tem, incorporados à sua arquitetura, vários elementos Art Nouveau. No norte do país o Art Nouveau também teve incorporado elementos da cultura local, como homens marajoaras e indígenas. No Rio de Janeiro tem-se a influencia do Art Nouveau na Confeitaria Colombo, inaugurada em 1905. Em São Paulo temos um edifício importante que representa o Art Nouveau: a Vila Penteado, projetada pelo arquiteto sueco Carlos Ekman (1866-1940) e construída em 1902 para abrigar duas importantes famílias paulistas, a do Conde Antonio Álvares Penteado e a de seu genro, Antônio Prado Junior. Situado na Rua Maranhão, no Bairro de Higienópolis, o prédio foi doado à USP em 1949, a luxuosa construção de dois pavimentos, com mais de 60 cômodos, é hoje a sede da Pós Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU-USP.

Vila Penteada, projetada por Carlos Ekman.

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Referências Bibliográficas:

- http://parahistorico.blogspot.com.br/2009/02/belle-epoque-e-era-lemos.html
- http://www.infoescola.com/artes/belle-epoque/ http://www.arquitetonico.ufsc.br/art-nouveau
- http://vistase.wordpress.com/2007/11/03/paul-poiret-e-a-belle-epoque/
- http://anosloucos.blogspot.com.br/2009/09/historia-da-moda-inicio-do-sec-xx.html

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Autores:

Fernando José, Rodrigo Lins, Ygor Gouveia, Bruna de Oliveira
- Sabrina Padílha, Venâncio França, Marília Ferraz

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